sábado, 6 de dezembro de 2008

Essa nem eu lembrava...

Coisas que já fiz na vida, que nem eu lembrava, o texto é um pouco longo mais vale a pena ler...
Postado em 2003:
Este texto diz algumas passagens da minha vida, e foram experiências boas e ruins, que formaram a pessoa que sou hoje, no entanto me sinto uma pessoa normal, pois nada do que vivi foi fora do normal, acho que todos já fizeram ou passaram pelas coisas citadas abaixo:
-"Eu já dei risada até a barriga doer (sabe quando você esta falando bobagens com amigos, ou imagina ou até mesmo vive alguma situação hilária e ri até cair no chão?), já nadei até perder o fôlego (quando era criança meus pais me levavam ao CMTC Club, onde tinha piscinas enormes, e um dia tentei atravessa-la, perdi o fôlego e quase me afoguei).Já chorei até dormir e acordei com o rosto desfigurado (lembro certa vez que perdi uma pessoa muito especial e ainda por cima no dia seguinte, tive uma briga muito feia com meus pais, nesse dia chorei tanto que pensei que ia morrer, vocês já viram alguém morrer de chorar? Eu nunca vi...), já fiz cosquinha na minha irmã só pra ela parar de chorar ( ah! minha querida irmã, lembro que ela chorava tanto, e fazia de tudo pra fazer aquela criança calar, pois já não agüentava mais, foi então que tive uma idéia, comecei a fazer cócegas nela, e não é que deu certo!).
Já me queimei brincando com vela (adorava acender a vela quando acabava a energia elétrica de casa, aí escondido da minha mãe eu brincava de apagar a vela com os dedos, um dia além de queimar o dedo a vela caiu espirrando cera quente sobre minha perna, doeu!!!) .Eu já fiz bola de chiclete e melequei todo o rosto (no auge do chiclete Ploc eu era campeão e fazer a bola maior lá na escola, ruim quando estourava, demorava um tempão pra tirar aquilo do rosto ficava tudo grudado, hoje agente tem o Babaloo, nem gruda né?), já conversei com o espelho, e até já brinquei de ser bruxo (parece coisa de louco mais ainda assim acho que sou normal).
Já quis ser astronauta, violonista, mágico, caçador e trapezista.(ufa! Quando coisa eu quis ser, o máximo que eu consegui até agora foi ser comissário de vôo e analista de atendimento, por enquanto...), já me escondi atrás da cortina e esqueci os pés pra fora (droga, me acharam e perdi a brincadeira de pic-esconde ), já passei trote por telefone (era o que mais gostava de fazer, era uma delícia), já tomei banho de chuva e acabei me viciando (hoje faço isso pelo menos uma vez ao ano de preferência na primeira chuva do ano, dizem que traz sorte), já roubei beijo (se fosse crime eu teria sido condenado a morte!).Já fiz confissões antes de dormir num quarto escuro pra melhor amiga ( A Thalita e a Edna que o diga).
Já confundi sentimentos (como me apaixono fácil), já peguei atalho errado e continuo andando pelo desconhecido (será que um dia acho o cominho certo?), já raspei o fundo da panela de arroz carreteiro, já me cortei fazendo abarba apressado (tenho até hoje uma singela cicatriz no queixo), já chorei ouvindo música no ônibus (isso me acontece com muita freqüência). Já tentei esquecer algumas pessoas, mas descobri que essas são as mais difíceis de se esquecer (são as que agente ama, e fazemos questão de dizer a todos que elas não fazem a menor diferença em nossas vidas).
Já subi escondido no telhado pra tentar pegar estrelas, já subi em árvore pra roubar fruta, já caí da escada de bunda. ( coisas que as crianças de hoje não vejo fazer, e cair na escada de bunda, foi o pior, quando tinha 5 anos caí na escadaria com mais de 20 degraus, e não doeu só a bunda, pois bati a cabeça também, o que me fez ter um tratamento de um ano com o Neuro, com direito a eletrocefalograma e tudo, ainda assim acho que sou normal).
Conheci a morte de perto, e agora anseio por viver cada dia ( no dia em que quase me afoguei, e quando fui assaltado no ônibus e reagi ao assalto pensando que arma do bandido era de brinquedo), já fiz juras eternas, já escrevi no muro da escola, já chorei sentado no chão do banheiro, já fugi de casa pra sempre, e voltei no outro instante.
Já saí pra caminhar sem rumo, sem nada na cabeça, ouvindo estrelas (“Vou sair pra ver o céu e caminhar pelas estrelas...” Adoro essa música do Paralamas, é a minha cara).
Já corri pra não deixar alguém chorando, já fiquei sozinho no meio de mil pessoas sentindo falta de uma só ( no começo desse ano fui num Show Sampa Festival, tinha uma multidão lá, mas todos juntos não valia a presença de uma única, que no fim não me deu o menor valor).
Já vi pôr-do-sol cor-de-rosa e alaranjado, já me joguei na piscina sem vontade de voltar, já bebi uísque até sentir dormentes os meus lábios, já olhei a cidade de cima e mesmo assim não encontrei meu lugar. Já senti medo do escuro, já tremi de nervoso, já quase morri de amor, mas renasci novamente pra ver o sorriso de alguém especial.
Já acordei no meio da noite e fiquei com medo de levantar, já apostei em correr descalço na rua, já gritei de felicidade, já roubei rosas num enorme jardim, já me apaixonei e achei que era para sempre, mas sempre era um "para sempre" pela metade.
Já deitei na grama de madrugada e vi a Lua virar Sol, já chorei por ver amigos partindo, mas descobri que logo chegam novos, e a vida é mesmo um ir e vir sem razão.
Foram tantas coisas feitas, momentos fotografados pelas lentes da emoção, guardados num baú, chamado coração.
E aí? Vocês também tiveram experiências parecidas? Ou será que eu já vivi muito?
Abraço a Todos!
Enviado por: João Neto
22/10/2003 00:00:38